set. 23, 2020
Amortização de empréstimo: aprenda como funciona

Amortização de empréstimo é o abatimento de uma dívida através do pagamento de parcelas. A Tabela SAC e a Tabela Price são os dois sistemas de amortização mais conhecidos no Brasil. Entre suas principais diferenças, está a parcela fixa ou volátil e amortização crescente ou constante. 

Quem procura crédito precisará entender o significado de amortização de empréstimo e sua relação com a taxa de juros. Esses dois fatores somados vão indicar e interferir no valor da parcela que o consumidor pagará mensalmente para conseguir quitar a dívida. Ao redor do mundo, existem alguns sistemas de amortização.

 A seguir, vamos conhecer os principais deles e os mais utilizados no Brasil, além de entender melhor o que é amortização de empréstimo. 

O que é amortização de empréstimo

A amortização de empréstimo é o pagamento de uma dívida através de parcelas. Conforme as parcelas são pagas, o saldo devedor vai sendo amortizado, diminuído, quitado ao mesmo tempo que são pagos juros ao banco. 

Quando se fala em amortização, é preciso entender que uma parcela de empréstimo é composta pela taxa de juros sobre o saldo devedor mais uma parte do dinheiro tomado emprestado. Na maioria dos casos, temos: 

Parcela = juro do mês + parte do valor emprestado

O que é amortizar parcelas

Amortizar parcelas é fazer um pagamento que seja maior que o valor da taxa de juros daquele mês. Por exemplo, se o juro do mês de uma parcela corresponde a R$ 30 reais e o consumidor pagar apenas R$ 30 reais, o valor principal da dívida continuará o mesmo, pois não foi pago nada mais além do valor dos juros. Nesse caso, o crédito tomado como empréstimo não foi abatido em nenhuma quantia, portanto, não ocorreu a amortização na parcela.  

Para compreender melhor, veja o que o Glossário Simplificado de Termos Financeiros do Banco Central define como amortização. 

“Uma dívida normalmente é composta de duas partes: o principal e os juros. Amortização é o pagamento do principal, o que efetivamente reduz a dívida. No valor total de uma prestação, por exemplo, parte é destinada para amortizar (reduzir) a dívida e outra para o pagamento de juros e outros encargos (despesas financeiras).”

Ou seja, pagar uma parcela não significa, necessariamente, amortizar o saldo devedor. É preciso que o valor pago da parcela seja maior que os juros de mês. 

Como calcular amortização de empréstimo? Exemplo

O cálculo da amortização de empréstimo irá depender do sistema de amortização que rege o contrato, além de levar em conta se a taxa de juros é pré ou pós fixada. Essas informações serão explicadas mais à frente, mas, por hora, podemos usar um exemplo simples e mais generalista, também apresentado pelo Banco Central em seu Glossário Simplificado de Termos Financeiros:

“Ao pagar um empréstimo de R$1.000 (o principal) em 10 parcelas de R$120, em cada parcela, R$100 são para a amortização, e os R$20 restantes vão para o pagamento de juros e encargos.”

No exemplo dado, se o consumidor paga a primeira parcela, o valor amortizado até o momento será de R$ 100, restando ainda R$ 900 a serem pagos mais o valor dos juros de cada parcela. No segundo mês, o valor amortizado corresponderá a R$ 200, restando R$ 800 do valor principal mais o valor total dos juros e assim sucessivamente.

A amortização, no exemplo, corresponde à:

Amortização = valor da parcela – juro
Amortização = 120 – 20
Amortização = 100

Diferença entre taxa pré e pós-fixada

Perceba que o exemplo trabalha com uma parcela fixa. Todo mês, o consumidor sabe que precisará pagar R$ 120 reais referentes ao empréstimo e a taxa de juros. 

Essa previsão só é possível quando a taxa de juros é pré-fixada, ou seja, é determinada no momento da assinatura do contrato. O consumidor sabe que pagará X% sobre o valor da dívida. 

Já nos empréstimos com taxa de juros pós-fixada acontece uma imprevisibilidade, pois a porcentagem vai depender do desempenho de um índice econômico no momento do fechamento do mês. Ou seja, o valor das parcelas não é fixo, podendo ser maior ou menor que o mês anterior. O índice usado como referência é determinado no contrato, mas costuma-se utilizar o IPCA e o IGP-M. 

Como funciona a amortização de um empréstimo

Além do tipo de taxa de juros, o sistema de amortização de empréstimo também vai determinar se a parcela será fixa ou não. 

Normalmente, as empresas que trabalham com crédito já definem o sistema que irá reger o contrato, porém, também existem situações em que o próprio consumidor precisará escolher a modalidade de sua preferência. 

A seguir, vamos conhecer como funciona a amortização de empréstimo dentro das modalidades mais usadas pelo mundo. 

1. Tabela Price

A Tabela Price , também conhecida como Sistema Francês de Amortização, é uma das duas modalidades mais utilizadas no Brasil. Existem duas coisas importantes que a caracteriza:

  • A Tabela Price trabalha com parcelas fixas;
  • A Tabela Price trabalha com juros compostos;

Isso significa que o consumidor poderá se programar melhor para quitar a dívida, pois, já sabe qual será o valor que precisará desembolsar todo mês. 

Na Tabela Price, o valor da parcela é fixa, mas seus componentes não. Diferente do exemplo anterior, nesse sistema o valor amortizado da parcela vai aumentando ao longo do tempo e o valor dos juros na parcela passa a diminuir. Isso porque os juros são compostos, calculados sobre o saldo devedor do mês anterior. 

Exemplo de simulação de amortização de empréstimo na Tabela Price 

Vamos usar um exemplo hipotético em que temos: 

  • Empréstimo de R$ 1.000
  • Pagamento em 10 vezes
  • Taxa de juros de 20% ao mês
Nº da parcela Valor da parcela Amortização Juros Saldo devedor
1 238,52 38,52 200,00 961,48
2 238,52 46,23 192,3 915,25
3 238,52 55,47 183,05 859,78
10 238,52 198,77 39,75 0

Faça a comparação das primeiras parcelas com a última. Perceba que, a amortização na primeira é bem menor que na última. Enquanto isso, os juros são bem maiores no começo e bem menores no final. Ou seja, a maior parte do valor das primeiras prestações corresponde aos juros. 

2. Tabela SAC

SAC é a sigla para Sistema de Amortização Constante. Analisando o nome, podemos concluir que o valor da amortização nas parcelas é sempre o mesmo. Como a tabela SAC também trabalha com juros compostos, o valor das parcelas não serão fixos, mas sim decrescentes (diminuem ao longo do tempo). Temos então que a:

  • Tabela SAC trabalha com parcelas que não são fixas;
  • Tabela SAC trabalha com juros compostos;
  • A amortização na tabela SAC é sempre a mesma. 

Como os juros são calculados sobre o saldo devedor de cada mês, ao longo do tempo, eles vão diminuindo, pois a dívida vai sendo amortizada (diminuí). Essa característica decrescente dos juros é igual a da Tabela Price. O grande diferencial entre as duas está no valor da amortização da parcela que é definido no começo do contrato e permanece sempre o mesmo. 

Exemplo de simulação de amortização de empréstimo na Tabela SAC

Usando o mesmo exemplo anterior de um empréstimo de R$ 1000 reais, parcelado em 10 vezes e com 20% de juros ao mês, temos:

Nº da parcela Valor da parcela Amortização Juros Saldo devedor
1 300 100 200 900
2 280 100 180 800
3 260 100 160 700
10 120 100 20 0

Aprenda mais e veja como calcular tabela SAC.

3. Sistema americano

Nesse sistema de amortização de empréstimo, o valor do crédito contratado só é pago na última parcela. Nos meses anteriores, a parcela é composta apenas pelo valor dos juros correspondentes. 

Como o saldo devedor não vai variar ao longo dos meses, o valor dos juros também será sempre o mesmo, inclusive na última parcela. 

Exemplo de simulação de amortização de empréstimo no sistema americano

Novamente, usando a situação do empréstimo de R$ 1000, parcelado em 10 vezes e com taxa de juros de 20% ao mês, teremos: 

Nº da parcela Valor da parcela Amortização Juros Saldo devedor
1 200 0 200 1000
2 200 0 200 1000
3 200 0 200 1000
10 1200 1000 200 0

Perceba que, o saldo devedor só irá reduzir na última parcela, momento em que a amortização, de fato, acontece. Nas parcelas anteriores, o valor é composto apenas do valor dos juros, que permanece constante, pois o saldo devedor não diminui.  

4. Pagamento único

Pagamento único ou bullet é o sistema onde o saldo devedor e o pagamento dos juros totais acontece em uma só parcela. Na hora de fechar o contrato no sistema bullet , é definido uma data para que a parcela única seja quitada. Ou seja, a amortização acontece de uma só vez. 

Até lá, os juros continuam correndo e são somados ao valor do mês anterior. Dessa forma, o cálculo vai recair sempre sobre um valor maior, já que não existe amortização, fazendo com que esse sistema tenha um dos maiores valores totais de juros. 

Exemplo de simulação de amortização de empréstimo no sistema bullet

Nosso exemplo no sistema bullet ficaria um pouco diferente. O consumidor solicitaria R$ 1000 de empréstimo, com 20% de juros ao mês. O valor total seria pago 10 meses depois. Dessa forma, a simulação poderia ser:

Nº da parcela Valor da parcela Amortização Juros Saldo devedor
1 0 0 200 1200
2 0 0 240 1440
3 0 0 288 1728
10 6191,73 5159,78 1031,95 0

Conclusão

A amortização de empréstimo é a quitação mês a mês do crédito tomado. Ela acontece através do pagamento de parcelas, que são compostas do valor amortizado no mês mais o valor dos juros.

Então, quando falamos em amortizar parcelas, queremos dizer que vamos pagar um valor maior do que o valor dos juros daquele período. 

No Brasil, os sistemas de amortização de empréstimo mais utilizados são a Tabela Price (parcelas fixas, amortização crescente e juros decrescentes) e a Tabela SAC (parcelas maiores no começo e menores no final, amortização fixa, juros decrescentes).

As vantagens e desvantagens de cada um variam de acordo com a situação e perfil do consumidor e do tipo de crédito que ele busca.

A Tabela Price, por exemplo, tem a grande vantagem de ter parcelas fixas, diluindo melhor a dívida e facilitando a organização financeira do consumidor. Dessa forma, valores maiores de crédito podem ser oferecidos com parcelas menores e prazos mais longos.

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