A taxa de juros dos bancos geralmente é algo muito temido por qualquer pessoa. Isso porque, dependendo do serviço contratado, os juros são altíssimos.
O pior é que, segundo pesquisa da Serasa Experian de agosto de 2018, o cenário de inadimplência cresce cada vez mais. Foram registrados cerca de 5,57 milhões de CNPJs negativados no Brasil, um aumento de 8,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando havia 5,14 milhões de CNPJs nessa situação.
Em muitos casos isso acontece, porque a taxa de juros não é levada em consideração no cálculo de um empréstimo, por exemplo. Com isso, os pagamentos podem acabar ficando em atraso, o que também gera taxas e consequentemente, uma bola de neve de dívidas.
Por isso, é importante que você acompanhe e compare a taxa de juros dos bancos para fazer o melhor negócio na hora de solicitar crédito.
Para ajudá-lo e esclarecer todas as suas dúvidas sobre este tema, separamos as informações mais importantes sobre taxa de juros dos bancos.
O que é a taxa de juros dos bancos
A taxa de juros é o percentual aplicado sobre diferentes produtos financeiros. Simplificando, podemos dizer que se trata do preço que você, tomador de crédito, paga para poder utilizar um dinheiro que não é seu.
Ou seja, a cobrança das taxas de juros funciona como uma compensação para a instituição credora pelo risco envolvido no processo, pois você pode atrasar pagamentos, e pela transação realizada.
Para cada tipo de serviço que existe no mercado, uma taxa de juros diferente é cobrada. Geralmente, esses valores variam acordo com:
- Política do banco;
- Tradição no mercado;
- Fatores econômicos, a exemplo da taxa Selic ;
- Garantias oferecidas pelo cliente;
- Histórico de pagador da pessoa;
- Natureza da transação;
- Período de parcelamento.
Um empréstimo consignado a servidores públicos, pensionistas e aposentados, por exemplo, tende a contar uma taxa de juros de banco mais baixa do que outras modalidades semelhantes, já que o valor da parcela é descontado diretamente na folha de pagamento, o que diminui os riscos de inadimplência.
Tipos de taxa de juros de bancos
Dentre os inúmeros serviços financeiros disponíveis no mercado, a taxa de juros dos bancos pode ser dividida em três tipos: a taxa nominal, taxa efetiva e a taxa real.
Abaixo, podemos compreender o que é cada uma delas:
Taxa Nominal
A taxa nominal é muito utilizada pelas instituições financeiras durante a divulgação de seus serviços. É quando o período de capitalização dos juros — momento em que há incidência de juros sobre o dinheiro — não é o mesmo da taxa de referência.
Por exemplo, podemos ter uma taxa anual, mas com os juros sendo calculados e acrescidos mês a mês.
São exemplos de taxas nominais:
- 20% ao ano com capitalização mensal;
- 15% ao semestre com capitalização mensal;
- 30% ao ano com capitalização trimestral.
Esse tipo de taxa de juros não leva em consideração a perda do valor do dinheiro devido à inflação.
Taxa Efetiva
Diferentemente da taxa de juros nominal, a taxa de juros efetiva é expressa de forma percentual em um período igual ao do momento de capitalização dos juros ao capital. Ou seja, ela é definida como uma taxa equivalente, pois o prazo de capitalização efetivamente praticado é o mesmo do prazo de referência.
Ao final de cada período de tempo, que pode ser mensal, trimestral ou semestralmente, os juros são aplicados ao dinheiro e podem ser negociados por meio de duas formas de liquidação:
Juros simples:
Trata-se da taxa de juros dos bancos que cobram apenas sobre o montante que foi emprestado.
Por exemplo, se você solicitar um financiamento de R$ 10 mil e os juros forem de 10% ao ano, você sempre pagará 10% de R$10 mil, ou seja, R$ 1.000,00 por ano até o final.
Juros compostos:
Já com os juros compostos, mais conhecidos como “juros sobre juros”, o cálculo é sobre o capital inicial mais os juros acumulados.
Por exemplo, se você solicitar um financiamento de R$ 10 mil e os juros forem de 10% ao ano, o cálculo será:
- No primeiro ano, juros de R$ 1.000 [R$ 10 mil x 10%];
- No segundo ano, juros de R$ 1.100 [R$ 11 mil (principal + juros do 1º ano) x 10%]
Além dessas duas formas de taxa de juros de banco que citamos acima, em caso de não pagamento, há o juros moratórios ou juros de mora, que nada mais é do que o percentual sobre o atraso do pagamento de um título de crédito em um determinado período de tempo.
O juros de mora atua como uma espécie de indenização para a instituição financeira. Essa taxa pode ser acordada e estabelecida entre as partes ou, em caso de ausência do acordo, serão aplicados os juros determinados por lei, de acordo o Banco Central.
Taxa Real
A taxa real existe para avaliar os juros levando em consideração a inflação. Uma vez que ela pode influenciar o poder de consumo das pessoas e é um dos riscos que muitos empresários estão sujeitos quando realizam algum tipo de investimento. Dessa forma, é importante estar atento a essa modalidade de taxa de juros dos bancos.
O rendimento de um investimento ou o custo de um financiamento se tornam mais claros quando se desconta a inflação e com isso se obtém a taxa de juros real.
De maneira simplificada, pode-se calcular a taxa de juros real subtraindo da taxa nominal a porcentagem da inflação.
Como comparar a taxa de juros dos bancos
Agora que você já sabe o que é a taxa de juros dos bancos e a diferença entre elas, é importante compreender como comparar esses números, principalmente se você estiver em busca de serviços financeiros.
CET
Para comparar a taxa de juros dos bancos é necessário levar em consideração tudo o que está incluso no serviço financeiro que você irá contratar, como tarifas e outros tributos adicionais. Por isso, o melhor caminho para realizar essa comparação é analisando o CET : Custo Efetivo Total.
O CET leva em conta não só as taxas de juros, mas todas as tarifas, tributos, seguros e despesas que você precisa pagar quando está na procura por crédito.
Um financiamento, por exemplo, pode ter uma taxa de juros menor do que o outro, mas cobrar uma tarifa e encargos mais caros que podem não compensar no final do pagamento. Por isso, é importante ficar atento!
Em relação às tarifas e tributos que compõem o CET, você também precisa ficar de olho no IOF e nas tarifas de cadastro.
IOF
O IOF é um imposto federal e a sigla significa Imposto sobre Operações Financeiras. Esse imposto é cobrado tanto nos empréstimos e financiamentos, como em operações de câmbio e também nos títulos imobiliários.
A tarifa de cadastro é uma cobrança que alguns bancos podem definir se vão ou não cobrar por isso e qual será o valor. Além disso, também podem ter algum tipo de seguro para pessoa física, em casos de desemprego ou morte.
Para ajudá-lo neste cálculo, você pode recorrer a algumas ferramentas ou também acessar o site do Procon. Lá, você insere todas as informações sobre as taxas, que a instituição financeira é obrigada a compartilhar com você, e ter os resultados do cálculo automaticamente.
Conclusão
Como você pode ver, ao comparar a taxa de juros dos bancos, sabendo a diferença entre cada um deles, e o que está contemplado em cada um dos cálculos, te ajuda na hora de tomar a decisão de escolher o melhor crédito do mercado para o seu bolso.
Aqui, é importante destacarmos que, nesse processo de comparação é preciso, além de levar em consideração os pontos que citamos acima, se planejar. Seja ao contratar um financiamento, empréstimo, cheque especial ou qualquer outro serviço financeiro.
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