Desde 2012, os rendimentos da poupança no Brasil estão vinculados à taxa básica de juros Selic. Com as mudanças promovidas pelo governo naquele ano, os investimentos passaram a ter duas fórmulas de cálculo distintas:
- Taxa Referencial (TR) + 0,5% ao mês quando a Selic for superior a 8,5%;
- Taxa Referencial (TR) + 70% da Selic quando a taxa for inferior a 8,5%.
Em meio a siglas, taxas e outros dados complicados, muitos brasileiros têm dificuldade para entender exatamente como funcionam os ganhos com a poupança. Por isso, vamos explicar detalhadamente essas fórmulas.
Qual é a relação entre a poupança e a Selic?
Com a vinculação à taxa básica de juros, a poupança pode se tornar menos vantajosa quando a Selic começar a cair demais. Esse não é o caso, pois nos últimos meses a taxa tem se elevado a cada reunião do Copom, estando atualmente fixada em 13,75% ao ano – conforme decisão tomada em junho de 2015. Nesse cenário, vale a fórmula que mantém a porcentagem fixa de 0,5% ao mês acrescido de TR para os rendimentos da poupança.
Vamos imaginar, no entanto, que a Selic chegue a 7% – algo bem distante da nossa realidade. Se isso acontecesse, os juros da poupança seriam de 0,49% ao mês + TR, ou seja, menos do que a fórmula que prevalece hoje em dia. Caso a taxa básica de juros caísse ainda mais, os juros da poupança poderiam se tornar ainda menores, deixando o investimento pouco interessante para o investidor. Porém, como a taxa é regulada, isso dificilmente irá acontecer.
E o que é a TR?
A Taxa Referencial, ou TR, eleva um pouquinho os juros da poupança. Como vimos, ela está presente em ambas as fórmulas, se somando à porcentagem final de ganhos. A TR serve de referência para o cálculo de juros. Para quem se lembra, nos anos 90 ela foi bastante usada na correção monetária de financiamentos, tornando o pagamento cada vez mais caro. Segundo a Wikipedia:
Taxa Referencial (TR) é uma taxa de juros de referência, instituída pela Medida Provisória n° 294, de 31 de janeiro de 1991 (depois transformada na Lei n° 8.177, de 1º de março de 19911 ). Integrava um conjunto de medidas de política econômica do governo brasileiro – o chamado Plano Collor II – visando a desindexação da economia e o combate à inflação.
Para além dessas informações, o que você realmente precisa saber é que, no caso da poupança, a TR vai apenas aumentar o rendimento, mas nada muito relevante. Em 2014, o acumulado da TR ao longo dos meses foi de 0,8592%. A previsão é que essa porcentagem se eleve em 2015, sendo acumulado até junho de 0,6777%.
Quanto rende a poupança?
Com base nessas informações, dá pra notar que os juros da poupança oscilam conforme a Selic e a TR. A influência da TR é pequena, mas pode aumentar um pouco o rendimento final do valor investido. A Selic, por sua vez, serve de referência somente quando está abaixo de 8,5%. Com a taxa básica de juros em alta, a tendência é que o rendimento da poupança se mantenha fixo em 0,5% ao mês, porém com o acréscimo da TR (que pode se elevar). Resumidamente, a poupança rende, em média 6% ao ano , com pequenas alterações conforme as variações da TR. Isso só deve mudar consideravelmente caso a Selic seja inferior a 7%.
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